O mundo visto pelo lado econômico nos fornece um histórico interessante a ser analisado.

No passado recente, o regime protecionista era o que vigorava. Alguns devem se lembrar da reserva de mercado. Nesta reserva o mercado interno era obrigado a consumir produtos de fabricantes nacionais mesmo que ultrapassados e muito mais caros. O importante era proteger as indústrias nacionais. Os veículos lançados no Brasil normalmente já tinham sido descontinuados lá fora. Um computador custava em média 10 mil dólares. Não havia muita concorrência fazendo o preço subir.

Depois tivemos a abertura do mercado no início dos anos 90, na era Collor. As importações foram permitidas e tudo começou a chegar de fora. Comprávamos de tudo desde que importado. Brinquedos, equipamentos, ferramentas, roupas e uma série de outros produtos, se importados, eram nossa preferência. Era chique comprar coisa importada, mesmo que a qualidade fosse questionável. Lembram-se de uns veículos importados de uma montadora soviética?  Venderam muito não porque eram bons mas sim porque era importados. Se fossem tão bons assim estariam até hoje competindo no mercado.

O tempo passou, nos erramos e aprendemos,  as empresas se adequaram e hoje sabemos, ou já deveríamos saber, que o importante é comprar produtos que atendam às nossas necessidades e que tenham um preço competitivo. Assim compramos um produto que nos agrade independente de sua origem. Seja feito na China, na Índia ou no Brasil, se nos agrada e podemos comprar, está bom.

Com a situação assim definida surgiu um problema: Como competir com países como China e Índia, onde existem subsídios à indústria e onde o custo com leis sociais são menores ?

Esta questão preocupa a todos os países industrializados no mundo, incluindo o Brasil.

Com esta situação como um dos fatores motivadores, o governo federal lançou o plano “Brasil Maior” tendo como ideia principal a frase: “ É preciso inovar para competir. E competir para seguir crescendo”.

As medidas anunciadas são boas e foram bem aceitas por vários segmentos da economia e em especial no Rio Grande do Sul, um dos estados beneficiados com este plano. Com um horizonte de 2011 a 2014, o objetivo principal é preparar o país para se tornar mais competitivo.

Enquanto os Estados Unidos e a Europa se direcionam para uma crise profunda, o Brasil, denominado como emergente, se prepara para crescer.

Apenas para referenciar algumas das ações destaco a desoneração da folha de pagamento e a defesa da indústria nacional. Sabemos que tais ações já estavam caindo de maduro, porém antes tarde do que nunca.

Estas ações, se bem regulamentadas, irão facilitar a vida das empresas, tornando-as mais saudáveis. Empresas saudáveis geram empregos e renda, fazendo com que a economia fique mais forte.

Se no momento da compra as empresas derem preferência às indústrias nacionais, se no momento de consumirmos procurarmos comprar de empresas nacionais e se as empresas nacionais, sabedoras de tudo isto, se comprometerem fornecendo produtos acessíveis, tecnologicamente atualizados e com a qualidade adequada, a ideia poderá dar certo. O país tem uma economia forte e uma capacidade de crescimento fantástica.

Sugiro acreditarmos que estamos vivendo um bom momento econômico em nosso país e nos esforçarmos contribuindo para que este plano dê certo.