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Artigo
Valores pessoais e suas estratégias e planos?
Tema
Planejamento Estratégico
Valores pessoais

Planejamento Estratégico é um conjunto de disciplinas inter-relacionadas, geralmente aplicado à definição do curso de ação de organizações de médio ou grande porte e considerando períodos de tempo extensos.

Sua intenção é estabelecer um direcionamento a ser seguido pela empresa, para alcançar a missão definida por ela – mas você também pode aplicar seus princípios à administração de seu dia-a-dia.

O aspecto escolhido para esta nova abordagem é o menor nível da Base Estratégica Corporativa: os valores estratégicos. Mas primeiro vamos a uma breve revisão sobre os conceitos essenciais envolvidos:

Base estratégica corporativa: definir missão, visão e valores

Definir a missão é uma tarefa árdua para organizações, e ainda mais para indivíduos. A missão é aquilo que queremos ser, uma definição permanente sobre o que pretendemos fazer e ser, e sobre quais demandas queremos atender, ou qual o valor que geramos para a sociedade ou o mercado.

Algumas pessoas têm uma ideia clara de sua missão e se fixam a ela com facilidade, enquanto outras seguem a metodologia de Zeca Pagodinho e deixam a vida as levar. Se você está neste último grupo, pare para pensar sobre o que você pretende ser ou alcançar. Identifique objetivamente a sua missão de longo prazo – se você conseguir internalizar a sua missão, isto pode ajudar a tomar todas as outras decisões da sua carreira.

Tendo definido a missão você pode identificar também sua visão de futuro – seu alvo, prático e alcançável: como quer ser visto, onde quer chegar. E você completa a fase de definições quando registra também os seus valores, os princípios que vão balizar as suas ações enquanto pratica a Missão, em busca de atingir ou manter a Visão.

Em um ponto de vista pessoal, determinadas missões e visões individuais podem ser vistos sob luzes completamente diferentes, dependendo dos valores escolhidos. Por exemplo, buscando as mesmas visões de sucesso pessoal, algumas pessoas escolhem privilegiar a qualidade de vida, o convívio familiar, o prestígio, a fama ou o acúmulo econômico – e assim as definições de princípios e valores acabam diferenciando de forma clara as escolhas que elas farão.

Sim, são conceitos complexos para uma definição em 3 parágrafos, mas confio que você conseguirá entender a idéia e buscará a reflexão. Para ajudar, busque exemplos: você já deve ter visto declarações de missão e visão de diversas empresas, afixadas em quadros nos seus escritórios ou em seus sites.

Um pouco mais sobre os valores estratégicos

Os valores descrevem como cada um deve se comportar no cumprimento da missão estratégica proposta. Mas ao defini-los, existem 2 armadilhas comuns que você precisa evitar:

Incolor, inodoro e insípido: muitas vezes o conjunto de valores definido não inclui nada que não seja óbvio ou mesmo obrigação. Não há problemas em incluir algum valor óbvio (como ética, eficiência, transparência…) na sua lista, se você quiser dar atenção *especial* a ele. Mas se você só colocar valores deste tipo, o seu planejamento perderá todo o brilho e a capacidade de gerar distinção – seus valores serão óbvios e iguais aos de todo mundo. Tenha diferencial, tenha sabor.

Dupla personalidade: ocorre quando a oportunidade de resolver conflitos de direcionamento não é aproveitada durante o planejamento estratégico, e valores conflitantes de duas (ou mais) correntes de pensamento são todos aprovados igualmente. Numa empresa, isso pode levar a situações impossíveis em que se busca ao mesmo tempo valores que tendem a conflitar entre si, como “sempre o menor preço”, “oferecer opções individualizadas a cada cliente” e “inovação contínua” – tudo ao mesmo tempo. O espectro dos valores pode ser amplo, mas precisa haver coerência entre eles, ou pelo menos não haver contradição.
Na vida pessoal, estas mesmas armadilhas ficam no seu caminho quando você vai planejar – desde uma simples resolução de ano novo até um planejamento estratégico pessoal, ou familiar.

A primeira delas (incolor, inodora e insípida) se traduz em um plano que, resumido, pode ser descrito como “meu diferencial é ser igual a todo mundo”. Planejar muitas vezes significa reconhecer seus diferenciais: não há problema em valorizar conceitos bonitos como cidadania, ecologia e responsabilidade social, mas você tem que escolher alguma coisa relacionada à sua personalidade e ao que o torna diferente – melhor? – que os demais.

A segunda delas, da dupla personalidade, ocorre quando você define valores conflitantes, que acabarão fazendo surgir objetivos ou ações conflitantes. É difícil conseguir um emprego exigente e ter também tempo para criar pessoalmente e de perto os filhos, assim como é difícil: dormir tarde e acordar cedo; ter qualidade de vida, segurança e morar num grande centro; brilhar simultaneamente nas artes, na tecnologia e na política; e muito mais. Quando for planejar, faça escolhas consistentes: defina o que é mais importante, e deixe de lado, ou para depois, outros objetivos valiosos que possam conflitar com estes.

O executivo e escritor Jack Welch destacou recentemente, em sua coluna na revista Exame, dois exemplos de valores estratégicos corporativos que ele considera especiais, por traduzirem claramente elementos da personalidade da organização, que cada colaborador tem condições de traduzir claramente em ações percebidas pelos clientes. São eles:

Comunicar as más notícias rapidamente, aos colegas e aos clientes. Quantas vezes você já foi enrolado por funcionários relutantes em dar uma má notícia? A turma do curso não fechou, o quarto reservado não está disponível e você terá que se contentar com outro sem vista para o mar, a bagagem se extraviou e ninguém tem ideia de onde ela foi parar, a escala de folgas para o próximo final de semana terá que ser cancelada, ocorreu um imprevisto e o aeroporto terá que fechar para pousos e decolagens… e ninguém avisa ao principal interessado, até que seja absolutamente inevitável – e mesmo então, com o mínimo de detalhes possível, e sem assumir qualquer compromisso. Em uma empresa com este valor definido, é de se imaginar que cada funcionário terá uma noção clara de como se comportar no caso de más notícias.

Assumir pessoalmente a responsabilidade pelos resultados, e não só pelo processo. A desculpa de que “eu fiz tudo certo, não tenho culpa se o resultado não ao aconteceu” não combina com ambientes em que há foco no cliente. A telefonista passa a ligação e coloca em espera sem verificar se o outro lado atendeu, o atendente registra a reserva mas não verifica se ela se confirmou, o médico escreve a receita sem se preocupar se o farmacêutico vai conseguir entender a caligrafia, e por aí vai. Mas quando o valor estratégico está definido assim, todos passam a ter uma razão a mais para refletir sobre como agir, e a organização tem justificativa para avaliar cada integrante desta forma.

E é assim que os seus valores pessoais devem ser: eles precisam lhe indicar claramente como agir no dia-a-dia, sempre buscando a missão que você definiu para si próprio. Desta forma, eles poderão lhe dar inspiração, irão tornar consistentes as suas ações e atitudes, e favorecerão o alinhamento estratégico de tudo o que você faz.

Colaboração: Augusto Campos

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